O presidente do Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, na semana passada, o aumento das tarifas do aço e alumínio e alarmou um cenário de preocupação no setor da indústria mecânica em todo mundo, em especial a brasileira. Segundo o presidente da Fenemi, eng. mec. Marco Aurelio Candia Braga, a decisão do presidente norte-americano pode abalar fortemente o comércio mundial e a economia brasileira.
As tarifas propostas pro Trump são de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio. Apenas México e Canadá foram excluídos da medida. De alta comercialização em todo o mundo, o aço é insumo em vários setores importantes como o automobilístico, linha branca e construção civil. O presidente Michel Temer chegou a anunciar que entraria com uma representação na Organização Mundial do Comércio, caso Trump se negasse a negociar exceções no aumento das tarifas de importação do aço.
Hoje, o Brasil é o segundo maior exportador de aço para empresas norte-americanas. Em 2017, os EUA importaram R$ 8,5 bi em aço, o que representa quase um terço das exportações brasileiras do produto.
Especialistas acreditam que, se não contornada, a medida gere danos nas empresas siderúrgicas, o que pode ocasionar demissões em massa, já que o País perderia um parceiro comercial importante. Hoje, a indústria siderúrgica nacional emprega cerca de 100 mil pessoas. Outro efeito é o aumento dos produtos importados dos Estados Unidos, como eletrônicos, máquinas e equipamentos.
“Estamos aguardando se o Brasil levará a médica até a OMC, para resolver a questão, mas não podemos deixar de questionar essa questão. É a saúde financeira da nossa indústria que está em jogo e que pode gerar grandes impactos negativos no mercado e na vida de milhares de brasileiros”, argumenta o engenheiro mecânico. A medida deve entrar em vigor já no próximo dia 23.